“Paga-se para trabalhar”, acusa sindicato. Inspetores do fisco recebem compensação por uso de viatura própria mas houve cortes nesses valores, o que se torna “incomportável” com a subida dos preços.
Os inspetores do fisco ameaçam parar até que sejam revistas as compensações por uso de carro próprio no serviço – compensações que, além de terem sofrido cortes nos últimos anos, se tornaram ainda mais insuficientes com a subida dos preços dos combustíveis.
Em declarações ao Jornal Económico, o presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Inspeção Tributária e Aduaneira (APIT) diz que se tornou “incomportável” os inspetores do fisco continuarem a pagar do seu próprio bolso pelos combustíveis que usam nos carros (próprios) que usam para as deslocações de trabalho. “Paga-se para trabalhar”, diz Nuno Barroso.
Sem uma revisão das compensações, que foram cortadas em 2010 e têm sofrido com a perda do poder de compra, os inspetores do fisco “terão forçosamente de parar as suas viaturas de família ao serviço do Estado, o que vai constituir um grave prejuízo dos resultados da inspeção e investigação criminal”.
As queixas foram entregues no Parlamento, esta quinta-feira, em plena discussão do Orçamento do Estado para 2023, na especialidade.